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TCE-MT diz que obra do VLT não ficará pronta até o final do ano

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Primeiros vagões do VLT chegaram em Cuiabá em novembro do ano passado. Foto: Edson Rodrigues/Secopa-MT

Primeiros vagões do VLT chegaram em Cuiabá em novembro do ano passado. Foto: Edson Rodrigues/Secopa-MT

A obra mais cara da Copa 2014, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Cuiabá, não ficará pronta até o final de 2014 segundo a avaliação do Tribunal de Contas do Estado do Mato Grosso (TCE-MT).

No último dia 1º, o TCE-MT divulgou o 4º relatório da Comissão de Acompanhamento das Obras para a Copa 2014, fazendo pesadas críticas ao andamento da construção do VLT.

Uma semana antes, o governador de Mato Grosso Silval Barbosa, prometera que todas as obras da Copa no Estado ainda incompletas seriam concluídas até o final do mandato atual. Para Barbosa, será possível aproveitar o período de estiagem na região para acelerar os projetos.

A licitação para a implementação das duas linhas de VLT, com 22 km de extensão e 33 estações, foi vencida pelo Consórcio VLT Cuiabá – Várzea Grande (constituído pelas empresas CR Almeida SA Engenharia de Obras, CAF Brasil Indústria e Comércio SA, Santa Bárbara Construções SA e Astep Engenharia Ltda) que receberá pelo serviço R$ 1.477,6 milhões.

Jogos de cronogramas
Tribunal sustenta que a obra não deve terminar antes de 2014 após analisar o seu desenvolvimento e, principalmente, o recurso executado, isto é, o que foi efetivamente pago pelo governo mato-grossense.

Na avaliação do TCE o governo faz um “jogo de cronogramas”. Se analisado integralmente, 65,5% do contrato já foi pago. Desse montante, porém, 49 pontos percentuais referem-se aos trilhos e vagões já comprados, e apenas 16,5 pontos percentuais à execução da obra em si.

Mapa da futura linha do VLT de Cuiabá - Várzea Grande.

Mapa da futura linha do VLT de Cuiabá – Várzea Grande.

Caso o cálculo fosse feito sem considerar a compra dos veículos, isto é, apenas o projeto de engenharia, a obra não teria concluído nem 20%. Para ficar pronto, aponta o relatório, seria necessário fazer em seis meses quatro vezes mais do que foi feito em dois anos.

O TCE fez outro alerta, sobre o prazo de execução do contrato. O documento assinado em 20 de junho de 2012 previa como prazo de execução o dia 13 de março de 2014 e o de vigência, em 11 de junho de 2014. A equipe do TCE não encontrou no Diário Oficial nenhum termo aditivo para o acordo entre o governo estadual e o consórcio.

Demora nas desapropriações
De acordo com o relatório do TCE, das 948 desapropriações previstas até o momento, apenas 681 foram liberadas, ou seja, ainda restam 267 imóveis a serem desapropriados. A situação foi considerada preocupante, uma vez que as desapropriações não concretizadas foram uma das principais causas de atrasos nas demais obras.

O número de desapropriações apresentado no relatório do TCE-MT é quase 2,5 vezes maior do que o divulgado pelo governo federal para Cuiabá, no último dia 10, pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. No levantamento da Presidência da República, as obras para a Copa em Cuiabá provocaram, ou vão provocar, 394 desapropriações.

Possíveis problemas estruturais
Durante as perícias realizadas pelo TCE nos dias 11 e 12 de junho foram encontrados problemas estruturais em dois viadutos do VLT: do Aeroporto e o da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

Segundo o relatório, os trilhos foram instalados sem espaço para dilatação. Essas brechas entre os trilhos deveriam seguir os espaços presentes nas estruturas de concreto. Ao não ser instalado dessa maneira, os trilhos impedem a movimentação da estrutura de concreto, provocando fissuras no viaduto. No caso do viaduto da UFMT, inaugurado em dezembro do ano passado, a perícia do TCE afirma já ter localizado fissuras.

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