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Cidades-sede da Copa devem aprimorar a transparência nos investimentos para o mundial de futebol em 2014

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Mesa de debates do seminário Transparência na Copa 2014 em Brasília: Como está esse  jogo? Foto: Ana Póvoas/Instituto Ethos

Mesa de debates do seminário Transparência na Copa 2014 em Brasília: Como está esse jogo? Foto: Ana Póvoas/Instituto Ethos

As cidades-sede da Copa de 2014 devem apresentar até o final de novembro deste ano melhores índices de transparência nos gastos públicos com os eventos do mundial de futebol. É que até lá devem sair os resultados da nova rodada de pesquisa dos Indicadores de Transparência criados pelo Instituto Ethos para saber até que ponto os governos prestam contas à sociedade do dinheiro público gasto com a preparação do evento. A previsão foi feita na última quinta-feira (19/9) em Brasília pelo gerente de Políticas Públicas do Instituto Ethos, Caio Magri, durante o seminário Transparência na Copa 2014 em Brasília: Como Está Esse Jogo?

Segundo Magri, os primeiros números dos Indicadores de Transparência divulgados em novembro de 2012 apontaram um quadro geral “preocupante”. Conforme a pesquisa feita pelo Instituo Ethos, dez das doze cidades-sede da Copa fizeram menos de 19 pontos numa escala que varia de 0 a 100, sendo sua transparência classificada como “Muito baixa”. Brasília teve uma das piores notas: 14,29 pontos. Cuiabá apresentou o mais baixo índice: 10,17. A melhor pontuação ficou com Porto Alegre: 48,87, mas mesmo assim classificada com desempenho “médio” pelos critérios da pesquisa.

“A expectativa é que os governos municipais tenham sido estimulados a absorver a demanda da sociedade civil por mais clareza nas informações prestadas ao público”, avaliou o gerente do Ethos. Caio Magri esclareceu que durante a aplicação da metodologia dos indicadores, os governos eram questionados sobre a existência de canais de acesso público para o acompanhamento dos gastos. Após o resultado da pesquisa, municípios como Curitiba iniciaram um processo de aprimoramento das informações e dos meios de obtenção dos dados, afirmou. “Desde a publicação dos indicadores das cidades-sede, seis municípios e o Distrito Federal procuraram o Ethos para debater como melhorar a sua avaliação nos indicadores”, acrescentou Magri.

Reação
Presente ao seminário, o diretor da Secretaria de Transparência do Governo do Distrito Federal (GDF), Edilson Vasconcelos, explicou que o GDF investiu em mecanismos de transparência e que conta atualmente com três portais próprios e um em parceria com o Tribunal de Contas do DF onde os cidadãos podem buscar dados referentes aos gastos com as obras da Copa:

Segundo ele, o Portal da Transparência do governo tem uma média de 500 mil acessos por mês.

Mesmo assim, o GDF recebeu críticas durante o seminário. O representante do Observatório das Metrópoles, Rômulo Ribeiro, questionou a ausência nos portais mantidos pelo governo local de dados que, segundo ele, são necessários. Entre eles, a previsão dos impostos que serão arrecadados com a Copa do Mundo em Brasília, onde e como serão gastos os recursos e ainda como a sociedade irá se beneficiar, por exemplo, da privatização do Estádio Nacional, cujo custo aos cofres públicos é de cerca de R$ 1, 4 bilhão.

Legado
Para o Instituto Ethos, experiência na aplicação dos Indicadores de Transparência deverá ajudar a sociedade brasileira a criar parâmetros de acompanhamento dos investimentos públicos. “A metodologia que desenvolvemos poderá ser apropriada pela sociedade civil e extrapolada para qualquer situação, seja nos municípios, nos Estados ou na União. Essa é uma herança que queremos deixar para quando se acabar a Copa”, disse Caio Magri.

Viabilidade Econômica do Estádio Mané Garincha
“Realmente é difícil imaginar construir um estádio de futebol em um Estado que não tem grandes times de futebol. Mas a capital nacional não poderia ficar de fora de um evento como a Copa do Mundo”, disse Sérgio Graça, Coordenador-geral da Secretaria Extraordinária da Copa 2014 do DF, um dos palestrantes do evento. Ele defendeu que apesar disso, o Estádio Mané Garrincha pode se tornar viável economicamente. “Fizemos uma pesquisa que aponta que 52% dos brasilienses são Flamenguistas, por isso, sempre que o Flamengo jogar aqui vai encher. Mesmo com outros grandes times também temos como encher a arena”, declarou. Graça também citou o show da cantora Beyoncé, que acontecerá na terça-feira da mesma semana no estádio, como prova de que era possível criar eventos para movimentar o equipamento.

 

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