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Apoio à realização da Copa no Brasil cai para 52%, aponta pesquisa do Datafolha

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Apoio a Copa do Mundo de 2014 atinge menor índice de apoio. De acordo com pesquisa publicada pelo Datafolha, no último dia 24, apenas 52% dos brasileiros seriam favoráveis a realização da mundial no país. Em novembro de 2008, esse apoio era de 79%.

Essa é a segunda queda no apoio. Após as manifestação em junho do ano passado, esse índice era de 65%. A porcentagem dos que são contrários a copa também cresceu: eram 10% em 2008, passaram para 26% em 2013 e agora estão em 38%. As taxas dos indiferentes à realização da Copa do Mundo e dos que não souberam responder se mantiveram estáveis, respectivamente, em 8% e 1%, os mesmos índices observados em 2013.

O levantamento do Instituto Datafolha foi realizado nos dias 19 e 20 de fevereiro de 2014. Foram entrevistadas 2.614 pessoas de 161 municípios do país. A margem de erro máxima é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, para o total da amostra.

A pesquisa ainda aponta que o apoio à Copa do Mundo diminuiu mesmo entre os segmentos que mais apoiavam a realização do evento. Entre os moradores da região Norte/ Centro-Oeste e Nordeste, o apoio à Copa era em 2013 de respectivamente, 74% e 79%, hoje é de 68% e 64%. No mesmo período, o apoio à Copa entre os mais humildes diminuiu de 69% para 57%, e entre os mais jovens, de 70% para 57%.

Outra pesquisa, encomendada pela Confederação Nacional do Transporte, divulgada na semana anterior também aprontava um descontentamento com o Mundial: 75,8% dos entrevistados consideram “desnecessários” os investimentos realizados pelo governo no Mundial. Outros 80% discordam dos gastos com construção e reforma de estádios e preferiam que os recursos fossem aplicados em outras áreas.

 

Preocupação do Governo
A diminuição do apoio popular a realização do evento tem preocupado ao governo, que já prepara uma ofensiva publicitária para diminuir a insatisfação.

Em seminário realizado na última quinta-feira (27/2) no Rio de Janeiro, vários dos representantes governo federal envolvidos na realização da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos fizeram defesa da realização dos megaeventos e dos legados para a população.

O secretário executivo do Ministério do Esporte, Luís Fernandes, condenou a postura da mídia nacional, que rotula todos os gastos com a promoção do Mundial de Futebol  como exigências  dos organizadores dos eventos, principalmente a Fifa (Federação Internacional de Futebol), que é responsável pela Copa. Segundo ele, tal situação reflete o que o jornalista e escritor Nelson Rodrigues (1912-1980) chamou, no passado, de “complexo de vira-lata” do brasileiro, ao duvidar que o país seja capaz de se preparar adequadamente para competições como a Copa e os Jogos Olímpicos.

De acordo com o secretário, todas as pesquisas de opinião mostram “uma ampla maioria favorável à realização da Copa no Brasil, mas é angustiante saber que um terço das pessoas ainda tem dúvidas sobre a importância que [o evento] terá para o país. É preciso reverter isso, por meio de ações que demonstrem os benefícios, que virão não apenas no aspecto esportivo, mas para toda a sociedade”.

Para Luís Fernandes, o erro dos críticos está em considerar como “gastos” os “investimentos” feitos em infraestrutura, mobilidade urbana, comunicações e transportes, entre outros, que serão os principais legados dos grandes eventos deste e dos próximos anos e que são necessários para o desenvolvimento do país, independentemente da Copa do Mundo.

Fernandes ressaltou que o custo total da Copa foi estimado em R$ 25,6 bilhões, dos quais R$ 8 bilhões na reconstrução e reforma dos estádios onde serão disputados os jogos nas 12 cidades-sede. Para ele, existe “uma concepção falsa da mídia de que os investimentos públicos em estádios, por meio de empréstimos do BNDES, reduzem as aplicações em saúde e educação. Mas o que houve foi um crescimento dos recursos nessas áreas coincidindo com a realização da Copa”.

Com informações de Reuters e Agência Brasil

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