Filtrar por

  • até

Corinthians quer prazo maior para pagamento do empréstimo do BNDES para o estádio em Itaquera

cityname-sao-paulo

Recursos dos empréstimos para as onze arenas já começaram a ser pagos ao banco público de investimentos. Relembre os valores de cada empréstimo.

O Sport Club Corinthians Paulista tenta renegociar o contrato de financiamento com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção do seu estádio em Itaquera e aumentar o período de carência. A primeira parcela do contrato de R$ 400 milhões foi pago neste mês, mas o clube quer mais 12 meses para voltar a pagar.

Andrés Sanchez, superintendente de Futebol do Corinthians e presidente do time quando o estádio começou a ser construído, argumenta que o clube teve um prazo menor do que o máximo estabelecido pelo programa do BNDES que financiou os estádios.

De fato, o programa BNDES ProCopa Arenas, que regulamentou o empréstimo para a construção dos estádios, permitia até 36 meses entre a assinatura do contrato e o início do pagamento dos empréstimos, mas o Corinthians teve apenas 19 meses de prazo.

O empréstimo para a construção do “Itaquerão” foi o último a ser oficializado. Vários foram os motivos para essa demora. Quando o governo publicou a primeira versão da Matriz de Responsabilidades, documento que listava todas as obras que seriam feitas para a Copa, o estádio do Morumbi é que receberia os jogos a serem realizados em São Paulo. Além disso, passaram-se meses até que se decidisse se o estádio do Corinthians seria ou não usado para o jogo de abertura do Mundial de Futebol. Assim, a obra enfrentou problemas para conseguir a ajuda financeira da Prefeitura de São Paulo e, ainda, como os outros estádios privados, teve de superar problemas para conseguir receber os recursos do BNDES para as arenas, que eram originalmente destinados apenas para empréstimos aos entes públicos. Para resolver essa última questão, o clube e a Odebrecht, responsável pela construção do estádio, tiveram que criar uma sociedade de propósito específico (SPE) para assinar um contrato com a Caixa Econômica Federal para que esta recebesse os recursos do BNDES e os repassasse para a SPE.

Em entrevista ao portal da ESPN, Sanchez afirmou que apenas o Corinthians deveria iniciar o pagamento com apenas 19 meses de carência. “Pedimos mais 12 meses, pois as obras só vão acabar agora. É só isso. Já pagamos a primeira parcela. Esse é um direito que temos, está nas regras. Só queremos que seja cumprido, pois com todo mundo foi assim”, declarou Sanchez. Entretanto, nem todos os empréstimos tiveram os 36 meses de carência, como foi o caso do Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, que teve 24 meses entre a assinatura do contrato e o início dos pagamentos.

Mesmo pedindo um prazo maior de carência, Sanchez afirmou que o clube já pagou a primeira parcela, de cerca de R$ 5 milhões.

 

 

 

 

 

14% dos recursos da matriz

Os empréstimos do BNDES para as arenas da Copa representam uma parcela significativa do que foi investido no mundial. A última versão da Matriz de Responsabilidades, divulgada pelo governo federal em dezembro do ano passado, estimava um investimento de R$ 27,126 bilhões em todas as obras para o Mundial. Só o programa BNDES ProCopa Arenas financiou R$ 3,87 bilhões, ou 14,27% do total da matriz.

Das doze arenas da Copa, apenas uma não teve financiamento do BNDES, justamente a mais cara: o Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Segundo os dados do Ministério do Esporte, a obra custou R$ 1,4 bilhão. A segunda arena mais cara foi a do Corinthians, que custou R$ 320 milhões a menos do que a obra na capital federal.

Com o pagamento da primeira parcela pelo Corinthians, o BNDES começa a receber de volta os recursos investidos. O prazo máximo de pagamento é de 180 meses.

Licenças ambientais
Uma inovação interessante no modelo de financiamento dos estádios para a Copa foi a exigência de que as obras seguissem padrões de construção sustentável. Até agora, oito estádios já conseguiram a principal certificação do gênero no mundo, a Leadership in Energy & Environmental Design (Leed). A reforma no Mineirão recebeu inclusive o selo Platinum, o nível mais alto dessa certificação.

No entanto, três estádios ainda não fizeram jus a uma certificação desse tipo: a Arena Pantanal, a Arena da Baixada e Arena Corinthians.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *