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Corinthians publica balanço da Arena e reclama da demora da Prefeitura na emissão de CIDs

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Segundo balanço do Corinthians, a construção do Itaquerão custou R$ 985 milhões. Clube reclama que atraso na emissão dos títulos já gerou prejuízos de R$ 80 milhões. Foto: Wikimedia

Segundo balanço do Corinthians, a construção do Itaquerão custou R$ 985 milhões. Clube reclama que atraso na emissão dos títulos já gerou prejuízos de R$ 80 milhões. Foto: Wikimedia

Na manhã da terça-feira, dia 17/2, o Sport Club Corinthians Paulista publicou em seu site um balanço dos custos da construção de seu estádio. Palco da abertura da Copa do Mundo no Brasil, o Itaquerão recebeu R$ 820 milhões de reais em recursos públicos. Três dias depois, na sexta-feira 20/2, o mesmo clube de futebol divulga duas notas reclamando da demora da Prefeitura de São Paulo em emitir os CIDs que financiam a arena e acusa o prefeito de causar o “enfraquecimento do time, justamente num momento em que a Fiel já sonha com novas conquistas na Libertadores, Campeonato Paulista e Brasileirão”.

Os CIDs (da sigla Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento) foram a maneira que a gestão anterior da prefeitura, de Gilberto Kassab, encontrou para poder ajudar nos gastos da Arena do Corinthians. Eles são títulos que podem ser usados para pagar impostos ou dívidas com a prefeitura ou ainda vendidos para outras empresas. Ao todo serão R$ 420 milhões em CIDs. A última parcela dos títulos, de R$ 14,8 milhões, teve a sua emissão autorizada somente na última sexta-feira pelo prefeito Fernando Haddad. Além dos CIDs, o estádio do Corinthians recebeu um empréstimo de R$ 400 milhões do BNDES.

Segundo o clube, o atraso na emissão dos títulos levou a um gasto de R$ 80 milhões para o clube em operações financeiras. Em sua nota, o clube admite a dificuldade em conseguir vender os CIDs. Parte disso é fruto da ação do Ministério Público, que entrou com um pedido declarando ilegal a emissão dos CIDs.

Prestação de Contas
Antes, na terça-feira, o Corinthians divulgara que a construção do Itaquerão custou R$ 985 milhões, com o detalhamento dos gastos. Ainda que o nível de informação seja muito menor do que as prestações de contas dos estádios públicos, como por exemplo não divulgar as notas fiscais, o clube foi o único dos proprietários dos estádios construídos ou reformados para a Copa do Mundo a publicar um balanço do tipo.

No documento é possível saber que o Corinthians gastou mais de R$ 10 milhões com a retirada dos dutos da Petrobras que estavam no terreno. Só com projetos e licenças, foram mais de R$ 50 milhões. Só com móveis para os vestiários o clube gastou exatamente R$ 1 milhão.

Mas os maiores gastos foram com as estruturas de concreto (R$ 120,5 milhões), as fundações do estádio (mais de R$ 30 milhões) e aluguel de equipamentos (R$ 24 milhões).

O valor divulgado pelo clube é diferente do que foi divulgado pelo Ministério do Esporte no final do ano passado, de R$ 1,08 bilhão. Isso porque o Corinthians separou os gastos com a construção do estádio e o que chamou de “Projeto Copa”, que incluiu todas as ações para adequar a Arena para receber os jogos da Copa do Mundo, como por exemplo as arquibancadas temporárias bancadas pelo governo estadual. É justamente o valor dessas estruturas que completam a diferença entre os dois valores.

Uma resposta a Corinthians publica balanço da Arena e reclama da demora da Prefeitura na emissão de CIDs

  1. Ennio Tavollari disse:

    O que uma noticia destas esta fazendo em uma newsletter do Instituto Ethos? Na concepção de vocês, divulger um balance, mesmo que tendencioso e cheio de buracos, seria um exemplo de ‘jogar limpo’? A forma como foi construido este estádio é um dos piores exemplos que temos de como a ausência de vergonha na cara hoje domina nossas instituições e governantes. Os autores desta barbaridade podem ‘prestart contas’ para o resto da vida que não vai adiantar nada – essa ‘obra’ sera sempre um monumento a tudo o que há de errado e mal feito com na esfera pública brasileira. Vocês do Ethos, se forem minimamente inteligentes, devem parar de querer apresentar justificativas em nome de algo tão obviamente podre e favorecido pelo que há de pior em nossa política.

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