Filtrar por

  • até

Copa do Mundo não mudou lógica de distribuição de recursos públicos, avalia professora

cityname-curitiba

A escolha de doze cidades-sede para a Copa do Mundo no Brasil não alterou a concentração dos investimentos públicos no Brasil, segundo a professora Olga Firkowski, da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e do Observatório das Metrópoles. A avaliação foi feita na tarde desta terça-feira (5/11) durante a primeira mesa do seminário Transparência na Copa 2014 em Curitiba: Como está esse jogo? Também participaram do debate Reginaldo Luiz dos Santos Cordeiro, secretário de Urbanismo e Secretaria Extraordinária Copa do Mundo de Curitiba, Vereador Paulo Rink, presidente da Comissão Especial para Assuntos Relacionados à Copa do Mundo, e Hélio Bampi, vice-presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).

“No início, quando foram selecionadas doze cidades para sediar a Copa, pensamos que isso poderia servir para dispersar um pouco a distribuição dos investimentos públicos. Mas não foi o que nós verificamos”, explicou Firkowski.

As pesquisas do Observatório das Metrópoles indicam que a maior parte dos investimentos permaneceu no Sudeste. São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte foram as cidades que mais receberam recursos segundo os dados da Matriz de Responsabilidade.

A concentração de recursos, segundo levantamento organizado pela professora, também é observado quando se analisam as regiões metropolitanas. Os investimentos em mobilidade urbana foram feitos preferencialmente na cidade-sede (78%) e só uma pequena parte foi destinada as outras cidades da região metropolitana (12%). “E os investimentos públicos nas outras cidades quase sempre eram ligados aos aeroportos”, explicou a professora.

Balanço das obras
O secretário Extraordinário para a Copa do Mundo, Reginaldo Cordeiro, ressaltou que a atual gestão recebeu o “planejamento para a Copa já pronto”. Durante a sua apresentação, ele fez um relato de como estava o andamento das principais obras pelas quais a prefeitura de Curitiba é responsável.

Cordeiro disse ainda que a procura por ingressos para os jogos em Curitiba surpreendeu. A cidade ficou em terceiro lugar, atrás apenas do Rio de Janeiro e de São Paulo, que receberão respectivamente os jogos de abertura e a final da Copa do Mundo.

“Curitiba será com certeza a cidade-sede mais organizada”, declarou Hélio Bampi, vice-presidente da Fiep. Porém, ele cobrou a execução das obras inicialmente planejadas: “Anos atrás, definimos 108 projetos. Hoje só temos 21 deles concluídos. Menos de 20%, é um índice muito baixo”. Bampi também questionou a proposta de decretar feriado durante os dias com jogos em Curitiba. “Se existe um projeto elaborado, com área de exclusão, porque precisamos parar a Cidade Industrial de Curitiba [bairro que concentra as indústrias na capital paranaense], que não tem relação com o estádio do Atlético?”, questionou.

Outro que seguiu a linha de defender os atuais projetos para sediar os jogos do Mundial em Curitiba foi o vereador Paulo Rink. “Somos a mais barata entre todas as cidades-sede”, explicou.

Sobre os atrasos nas obras, na opinião de Rink, nós brasileiros “precisamos aprender a planejar em longo prazo”. Mesmo assim, ele acredita que Curitiba e o Brasil conseguirão um legado positivo com a Copa do Mundo, “mesmo que seja de pouquinho em pouquinho”, avaliou.

O seminário integra o Fórum Transparência e Competitividade, organizado pelo Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e pelo Instituto das Nações Unidas para Treinamento e Pesquisa (UNITAR). O Fórum acontece nos dias 5 e 6 desse mês. Para acompanhar o fórum, acesso o site: http://www.sistemafiep.org.br/transparenciaecompetitividade/

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *