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CONFERÊNCIA ETHOS 360°: O fatídico jogo do 7 X 1 também fora dos gramados

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Falta transparência e modelos de governança na gestão do futebol brasileiro, afirmam palestrantes de debate sobre a gestão do esporte.

Não é difícil perceber que o fatídico placar de 7 X 1 na Copa do Mundo de 2014, entre Brasil e Alemanha, também repercute no modelo de gestão e governança dos clubes e federações brasileiras de futebol. O endividamento desenfreado e a falta de transparência põem em risco a confiabilidade de investidores e patrocinadores do esporte.
Sob esses enfoques, a Conferência Ethos 360º 2015 promoveu, nesta terça-feira (22), a mesa de debates “Integridade e Transparência no Futebol Brasileiro”. Discutindo diretrizes para o esporte, a mesa contou com a presença do jornalista Juca Kfouri, do diretor executivo do movimento Bom Senso FC, Ricardo Borges Martins, e do ex-jogador e comentarista esportivo Willian Machado.

No mês de agosto deste ano, foi sancionada a Medida Provisória 671, pela qual ficou instituído o Programa de Modernização de Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (Profut). Ele estabelece modelos de gestão para os clubes brasileiros baseados na regularidade das obrigações trabalhistas e tributárias, na fixação de mandato específico para dirigentes das entidades desportivas e na vedação ao comprometimento desmedido de receitas, dentre outras medidas que visam à profissionalização administrativa e financeira.

“Ainda estamos muito longe da ‘Estação Finlândia’ em relação à transparência”, brincou Kfouri.  “Antes, as empresas patrocinavam a seleção pentacampeã, mas hoje ficam receosas em associar sua imagem à CBF (Confederação Brasileira de Futebol), principalmente depois dos recentes escândalos de corrupção. A corrupção vem afetando e muito o investimento no esporte”, acrescentou.

Já Martins destacou a importância econômica e cultural do futebol. “O esporte é patrimônio do povo brasileiro e faz parte da identidade de cada cidadão. Mas não podemos esquecer que também é uma indústria muito forte. Em países como Portugal e Espanha, os investimentos no futebol movimentam de 2% a 3% do produto interno bruto, enquanto no Brasil isso representa apenas 0,2%”.

Para o ex-jogador Willian, existe a necessidade do engajamento de empresas e da sociedade civil para maior profissionalização do futebol. “A construção de um pacto setorial exigindo transparência e regras mínimas de gestão e governança do esporte é fundamental. É necessário também caminhar no sentido da responsabilização pessoal e patrimonial dos dirigentes de clubes e federações, que vivem fazendo promessas com dinheiro alheio. É um costume que precisa ser banido do futebol”, finalizou.

Por Murillo Pereira (Envolverde), para o Instituto Ethos.

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