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Belo Horizonte: 21 feridos e 2 mortos em desabamento de viaduto de obra para Copa

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Um viaduto em obras desabou no último dia 3, na Avenida Pedro I, região da Pampulha, em Belo Horizonte. O local fica próximo ao Estádio do Mineirão. A estrutura despencou e atingiu um micro-ônibus, um carro e dois caminhões. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado, duas pessoas morreram e 21 ficaram feridas.

O viaduto, batizado com o nome de Guararapes, passa sobre a Avenida Pedro I, que é uma das vias de acesso ao Aeroporto de Confins e o Mineirão, que fica a cerca de 4 quilômetros do local do acidente. A obra é parte das ações para a implementação do BRT (do inglês Transporte Rápido por Ônibus), uma das ações previstas como legado na área de mobilidade urbana da Copa 2014 para a capital mineira.

A responsável pelas obras, a construtora Cowan, lamentou o desabamento. Em nota, a empresa disse que está priorizando o apoio às vítimas e aos parentes.

Os trabalhos para a liberação da avenida Pedro I se prolongaram até sábado (12) a tarde. Por conta da interdição, a prefeitura de Belo Horizonte precisou montar um esquema especial de transito para a última partida da Copa disputada no Mineirão, a semifinal entre Brasil e Alemanha, no último dia 8.

Responsáveis
O secretário de Obras e Infraestrutura de Belo Horizonte, José Lauro Nogueira, admitiu que o desabamento de um viaduto em construção foi causado por um “erro”, cujas causas e responsabilidades já estão sendo apuradas.

“Entendemos que houve sim um erro e estamos procurando identificar as causas do problema”, declarou Nogueira em entrevista coletiva esta tarde. Perguntado se a prefeitura falhou na fiscalização da obra, o secretário comentou que a responsabilidade pelo andamento dos trabalhos é compartilhada entre várias entidades, empresas e a própria prefeitura.

Para o presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de Minas Gerais (Ibape-MG), Frederico Correia Lima, esse não foi um acidente comum. Em entrevista ao portal Minas Livre, ele afirmou nunca ter visto um caso semelhante em sua carreira. “A velocidade com que aconteceu e o afundamento do solo mostram que foi algo atípico. Acidentes podem acontecer, mas o cálculo deve ser sempre para que não aconteçam”, frisa.

Superfaturamento
O viaduto Guararapes faz parte das obras de ampliação das avenidas Pedro I e Antônio Carlos e de implantação do BRT, que são alvo de investigação de superfaturamento no Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE). Após apurações em 2012, o órgão encontrou indícios de que a obra contratada no valor de R$170 milhões tinha superfaturamento de R$6 milhões. Além disso, o TCE também constatou sobrepreço de cerca de 350% em comparação ao valor de mercado de itens utilizados na obra.

O fato também é investigado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que agora passou a acompanhar o caso ainda mais de perto, após a queda do viaduto.

De acordo com o promotor de Justiça Especializada na Defesa do Patrimônio Público, Eduardo Nepomuceno, a preocupação central da promotoria nesse momento é impedir que todo o prejuízo, tanto com a demolição, quanto com a reconstrução, recaia sobre os cofres públicos. “Nossa defesa é pelo dinheiro público: o município não pode arcar com isso. O prejuízo tem que ser cobrado dos responsáveis que participaram do processo, seja no projeto da obra, na execução ou no pagamento”, afirma.

Com informações da Agência Brasil e portal Minas Livre

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